Espondilosise
A espondilólise é uma alteração da coluna vertebral que ocorre principalmente em atletas cujos exercícios demandam hiperextensão da coluna. É o escorregamento de uma vértebra (geralmente a ultima da região lombar, chamada quinta lombar- L5) sobre o osso sacro que é inclinado. Isso ocorre porque a L5 tem um defeito congênito ou adquirido, num lugar da vértebra chamado de pedículo.
Geralmente o que acontece é que há um pequeno defeito congênito, uma soldadura incompleta, que com a prática esportiva, acaba rompendo-se, causando uma espondilolistese (espôndilo = vértebra, Lise = ruptura, listese = escorregamento).
Por estes fatos, justifica-se a abordagem em conjunto destas duas condições. Se esse deslizamento for muito grande, os ossos comprimem os nervos e pode ser necessária cirurgia para corrigir essa condição. O importante é que mesmo nesses casos de grau elevado, o que chama a atenção é que se deve evitar operar os adolescentes com esse problema, devido ao crescimento posterior.
Em atletas com um deslizamento inferior a 50% é possível um retorno à sua atividade desportiva após controle da dor e após uma adequada reabilitação. Se o deslizamento for superior a 50%, é importante que o atleta se dedique a esportes menos violentos. É importante referir que todos os atletas com espondilolistese devem ser monitorizados de seis em seis meses para avaliar se ocorre deslizamento adicional.
Fatores de risco
Pode existir uma base hereditária para a espondilólise. Um indivíduo pode nascer com o osso vertebral mais fino, o que o torna mais vulnerável. Os períodos de crescimento rápido podem estimular o deslizamento (espondilolistese). O risco diminui na meia idade e volta a aumentar entre os 60 a 80 anos. Além desses fatores, todas as atividades que requerem hiper-extensão ou hiper-flexão da coluna lombar aumentam o risco de ocorrência destas condições.
Alguns esportes, como a ginástica, o levantamento de pesos ou o futebol, exercem grande pressão sobre os ossos na coluna lombar. Esse fato pode obrigar o atleta a movimentos de hiper-extensão da coluna, o que aumenta o risco de fratura numa das faces de uma vértebra.
Sintomas
Em muitas pessoas ocorre espondilólise/espondilolistese sem quaisquer sintomas. Na realidade, embora essa condição muitas vezes se desenvolva cedo na adolescência, normalmente não é detectada antes da idade adulta. Crianças e adolescentes geralmente suportam a dor lombar por muitos anos antes de serem avaliadas por um médico.
Alguns estudos referem que 2,3 a 10% da população com espondilólise geralmente é assintomática. Contudo, cerca de 25% dos pacientes com este defeito podem apresentar dor lombar baixa. A dor habitualmente espalha-se ao longo da coluna lombar e pode assemelhar-se a um espasmo muscular.
A espondilolistese pode causar espasmos que causam rigidez da coluna e dos músculos, o que se associa a alterações na postura. Se o deslizamento for significativo pode ocorrer compressão de nervos e estreitamento do canal espinal.
Diagnóstico
O Diagnóstico pode ser feito por radiografias simples, tomografias que visualizam esse pedículo, o qual parece
fraturado. Quando o grau de espondilolistese é máximo (L5 encontra-se completamente à frente do sacro) pode ser chamada de espondiloptose.
Tratamento
O tratamento conservador é usualmente indicado quando o deslizamento equivale a menos de 50% do tamanho do corpo vertebral e em que os sintomas neurológicos não existem ou são reduzidos. O tratamento inicial deve incluir:
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Repouso, evitando movimentos como o de elevação, flexão para a frente com os joelhos esticados e todos os desportos.
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O seu médico poderá prescrever medicamentos anti-inflamatórios para controlar a infecção e diminuir a dor
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Uma infiltração com cortico-esteróides pode ser aplicada por um ortopedista, sobretudo se o paciente apresentar dor pela perna ou dormência.
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Poderá ser usada uma cinta de suporte lombar para evitar o movimento excessivo entre as vértebras. Assim que os sintomas aliviarem a cinta deve ser progressivamente retirada.
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Exercícios de correcção postural, e fortalecimento dos músculos abdominais profundos para promover a estabilização da coluna vertebral e a redução da dor
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Fazer exercício na bicicleta estática pode ser benéfico, pois promove a flexão da coluna, evitando uma lordose exagerada, e não implica impactos sobre a coluna, como a corrida ou desportos de contacto.
Quando o deslizamento é maior que 50% do tamanho da vértebra e os sintomas neurológicos afectam a qualidade de vida a cirurgia será o tratamento mais adequado. As vértebras afectadas são fixadas às vértebras adjacentes, que estejam normalmente alinhadas. Geralmente o disco intervertebral também é removido. Apesar de terem bons resultados a longo prazo, principalmente em jovens atletas, este tipo de cirurgias é complexo e pode levar a possíveis complicações, como pseudartrose, compressão nervosa ou pé pendente, a decisão de se submeter a cirurgia deverá ser bem ponderada e todas as opções de tratamento não cirúrgico deverão ter sido tentadas anteriormente.